Crea-SP se reúne com concessionárias de energia

A 7ª Reunião do Comitê de Energia Solar Fotovoltaica do Crea-SP – exercício 2025, realizada na última terça-feira (30/09) na sede Angélica do Conselho, marcou um momento estratégico para o setor no estado de São Paulo. O encontro reuniu membros da autarquia, especialistas e representantes de concessionárias de energia, com o objetivo de unir forças em prol da qualidade e da segurança.

A reunião teve como foco dar os primeiros passos para a criação de um termo de cooperação técnica. O documento visa estabelecer estratégias conjuntas para garantir um bom serviço ao consumidor e a presença dos profissionais de engenharia à frente dos trabalhos técnicos envolvendo a energia solar fotovoltaica, seja na elaboração e execução dos projetos, seja na análise destes projetos dentro das empresas concessionárias.

O diálogo entre o Conselho e as concessionárias começou com as boas-vindas da Presidente do Crea-SP, a Engenheira Ligia Mackey. “É uma satisfação recebê-los. A aproximação entre o Comitê de Energia Solar Fotovoltaica e as concessionárias de energia é muito importante para a troca de conhecimento entre as partes, visando sempre unir esforços em prol da sociedade”, disse.

O coordenador do Comitê de Energia Solar Fotovoltaica, Eng. Alceu Ferreira Alves, deu início aos trabalhos apresentando a razão da iniciativa. “Neste ano, o Comitê concentrou suas atividades na energia solar fotovoltaica, impulsionado pela crescente demanda do mercado, pela rápida expansão do setor e pelos seus impactos positivos na sustentabilidade. Um dos temas já discutidos anteriormente foi a ocorrência de riscos associados à atuação de profissionais não habilitados, o que pode resultar em acidentes. Ao exigirmos, em conjunto com as concessionárias, a presença de profissionais habilitados, estamos valorizando o trabalho dos engenheiros e promovendo a segurança, a eficiência e a qualidade dos projetos”, explicou.

Durante o encontro, os representantes das concessionárias trouxeram um panorama dos principais gargalos e desafios. Marcelo Teixeira, representante da Enel Brasil, pontuou a necessidade de capacitação para ampliar o conhecimento dos profissionais, bem como apoio na busca de talentos para preencher o quadro de vagas nas concessionárias. Já Luis Lourenço Junior, gestor operacional na EDP Bandeirante, compartilhou um risco que começa a ser observado na área: a utilização de baterias como sistema de armazenamento de energia. “As baterias trarão muita demanda ao mercado, à medida que os custos dos sistemas fotovoltaicos se tornam mais acessíveis. É necessário abordar as questões de segurança relacionadas a este tipo de armazenamento”, afirmou.

Em resposta a essas necessidades, o Conselho apresentou iniciativas consolidadas que podem atuar como pilares de apoio ao setor de energia solar fotovoltaica, como o Crea-SP Capacita, plataforma de ensino que oferece cursos e aprimoramento profissional contínuo, e o Banco de Talentos, ferramenta que conecta profissionais qualificados às empresas.

Além disso, o Comitê sugeriu aproximar as concessionárias de energia às entidades de classe parceiras, a fim de oferecer ainda mais aperfeiçoamento e apoio. Para endereçar o armazenamento de energia em baterias, o comitê propôs levar a questão para discussão junto à Câmara Especializada de Engenharia Elétrica do Crea-SP (CEEE) e à Superintendência de Fiscalização do Conselho (SUPFIS).

O papel fundamental da fiscalização realizada pela SUPFIS também foi destacado na ocasião. O Conselho tem recebido denúncias de empresas que estão atuando na área sem o devido registro ou sem profissional habilitado para responder pela atividade. “Este ano já foram fiscalizados 128 empreendimentos na área de energia solar. Dessas fiscalizações, 50% resultaram em autuação”, revelou o Tecg. José Ribeiro de Abreu Filho, representante da Superintendência. Outro problema identificado pela SUPFIS no setor é o preenchimento incorreto da ART, com atuação ou tipo de obra que não corresponde ao serviço que está sendo executado. Abreu enfatizou o risco que a falta de registro ou de profissionais habilitados representa, não apenas para a vida das pessoas, mas também para a estrutura dos projetos.

O encontro marcou um passo significativo para a cooperação técnica, e outras reuniões para prosseguimento da tratativa acontecerão ainda neste ano. “Nosso objetivo é melhorar a vida do profissional com capacitação, orientação e ferramentas certas, ao mesmo tempo em que continuamos protegendo a sociedade. O debate de hoje mostra que estamos no caminho certo para isso”, finalizou o secretário executivo do Crea-SP, Adv. Holmes Naspolini.

 

Produzido pela CDI Comunicação

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